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O amor dos pais é bom para o cérebro das crianças: novas evidências!

(Fonte: WASHINGTON UNIVERSITY SCHOOL OF MEDICINE )
                                                             texto de Jim Dryden - matéria publicada em 30 de janeiro de 2012

O hipocampo (destacado em pink na imagem) é uma estrutura cerebral chave para o aprendizado, a memória e a resposta ao estresse. Novas descobertas mostram que crianças cujas mães foram amorosas e nutridoras desde os primeiros meses de vida apresentam um hipocampo maior do que crianças cujas mães não tiveram a mesma postura emocional. 



Uma nova pesquisa realizada por psiquiatras e neurocientistas pediátricos da Escola de Medicina da Universidade de Washington, foi o primeiro estudo a detectar as mudanças, em uma região crítica da anatomia cerebral em crianças, associadas ao comportamento nutridor de suas mães. 


A pesquisa foi publicada online na revista  Proceedings of the National Academy of Sciences Early Edition. 


"Esse estudo valida algo que até então parecia ser intuitivo, o quanto é importante o afeto, a nutrição emocional no desenvolvimento de seres humanos adaptados", diz a professora de psiquiatria infantil, principal autora do estudo. Joan L. Luby. "Eu penso que as implicações na saúde mental sugerem que nós deveríamos prestar mais atenção na nutrição afetiva dos pais com relação aos seus filhos, e nós deveríamos ainda enquanto sociedade, proporcionar oportunidades de desenvolver essas habilidades, já que pais nutridores tem um impacto muito, muito grande no desenvolvimento posterior de seus filhos."



O estudo de imagens cerebrais foi feito ao longo de seis anos com 92 crianças, sendo que 40 foram selecionadas por apresentarem sintomas de depressão.  

Parte do estudo inicial, as crianças que tinham de 3 a 6 anos, foram observadas e filmadas interagindo com um dos pais, geralmente a mãe. Enquanto a mãe completava uma tarefa solicitada, a criança era orientada a esperar para abrir um presente atrativo. O grau do quanto a mãe era mais ou menos hábil em dar o suporte emocional para que a criança lidasse com a situação estressora - situação esta parte do cotidiano da parentagem - foi avaliada em escalas por pesquisadores que não sabiam nada sobre a história ou saúde mental da criança e sua família.


"A avaliação é bem objetiva," diz Luby, "Não consideramos os pais nutridores afetivamente baseado em suas auto-percepções. Ao invés disso, nos baseamos em seus comportamentos, suas reações com seus filhos, diante de condições desafiadoras."
Luby
Quando comparadas as imagens cerebrais das crianças, com a avaliação do comportamento nutridor dos pais, os pesquisadores constataram que crianças sem sintomas de depressão com pais nutridores afetivamente, apresentaram um hipocampo 10% maior do que as outras crianças cujos pais apresentaram baixas respostas de nutrição afetiva.

"Anos de estudos revelam a importância do afeto, do suporte emocional para o desenvolvimento saudável das crianças," diz Luby. "Porém a maioria desses estudos concentraram-se em evidências psicossociais. A pesquisa que realizamos, na minha opinião, é o primeiro estudo a demonstrar mudanças na anatomia cerebral confirmando toda literatura que afirma a importância do afeto dos pais na formação das crianças. Ter um hipocampo 10% maior nos fornece uma evidência concreta do efeito poderoso da nutrição afetiva dos pais em seus filhos."



Crianças com sintomas depressivos apresentam um hipocampo menor, assim como ocorrem em adultos. Entretanto, o que realmente surpreendeu os pesquisadores foi em função do suporte emocional dos pais, a diferença produzida no tamanho do hipocampo em crianças saudáveis. 




Apesar de 95% dos pais que participaram do estudo terem sido as mães biológicas, os pesquisadores dizem que os efeitos no hipocampo das crianças em função do afeto e da nutrição emocional recebida  são os mesmos para qualquer cuidador primário - ou seja, pais, avós ou pais adotivos podem exercer o mesmo impacto. 


Luby diz que os educadores que trabalham com famílias de crianças pequenas podem ajudar a melhorar o desempenho da criança na escola não apenas ensinando os pais a acompanhar as tarefas escolares, mas também demonstrando aos pais como trabalhar com seus filhos.  "Os pais podem aprender habilidades para fornecerem mais suporte emocional aos seus filhos." conclui Luby






Luby JL, Barch DM, Belden A, Gaffrey MS, Tillman R, Babb C, Nishino T, Suzuki H, Botteron KN. Maternal support in early childhood predicts larger hippocampal volumes at school age. Proceedings of the National Academy of Sciences Early Edition, Jan. 30, 2012. www.pnas.org/cgi/doi/10.1073/pnas.1118003109. 

Funding for this research comes from grants awarded by the National Institute of Mental Health of the National Institutes of Health (NIH). 

Washington University School of Medicine’s 2,100 employed and volunteer faculty physicians also are the medical staff of Barnes-Jewish and St. Louis Children’s hospitals. The School of Medicine is one of the leading medical research, teaching and patient care institutions in the nation, currently ranked fourth in the nation by U.S. News & World Report.Through its affiliations with Barnes-Jewish and St. Louis Children’s hospitals, the School of Medicine is linked to BJC HealthCare.

2 comentários:

Djane Alice disse...

Isso é uma verdade muito real nos nossos dias aqui em casa e nesta semana,comprovamos isso mais uma vez.
Tenho um filho de 8 anos que possui um grau altíssimo de TDAH,e por motivos alheios a nossa vontade,durante estes dias,ele ficou sem a medicação,pois está em falta no mercado.
E para ajudá-lo superar este extresse,resolvi redobrar a atenção,o carinho,o incentivo e minha confiança nele e como não podia ser outro,o desempenho dele superou todos os outros dias do ano no colégio e no aprendizado.
Conseguiu tanto que passou a ser o auxiliar da professora junto com os demais alunos com dificuldades.
E cada minuto eu digo,sei que podes,que consegues,vamos fazer junto,etc...

Unknown disse...

Djane, seu comentário é muito inspirador! A pesquisa é mesmo algo que sabemos de maneira intuitiva e que as mais variadas correntes da psicologia, da pedagogia há tempos defendem. Parabéns pelo trabalho e amor compartilhado com filhote!
Um abraço