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EMPATIA: Como desenvolver essa habilidade nos adultos e nas crianças?

         A empatia é uma habilidade social de extrema importância.  Segundo Goleman, "A empatia, capacidade que se desenvolve na autoconsciência emocional, é a aptidão pessoal fundamental. As pessoas empáticas estão mais sintonizadas com os sutis sinais sociais que indicam de que os outros precisam ou querem." (Goleman, 1995) Através da empatia somos capazes não apenas de manter relações interpessoais mais justas e equilibradas, como também temos a oportunidade de nos sensibilizarmos para além da nossa própria perspectiva, de nos mobilizarmos pelo coletivo, pelo grupo, pela humanidade.
           Quanto mais uma pessoa evolui e amadurece, mais empática ela se torna.  
         A educação das sensibilidades perpassa pela empatia, a cultura de paz tem na empatia um dos seus mais fundamentais pressupostos e a educação emocional tem na empatia uma das suas mais preciosas ferramentas.
        Por se tratar de uma habilidade que em grande parte envolve a comunicação (verbal e não verbal) e a inteligência emocional, a empatia pode ser estimulada e desenvolvida. Sem a empatia, podemos tropeçar nas ações ligadas ao nosso desejo de fazer o bem. 
      Sem desenvolver a empatia, podemos nem nos dar conta das consequências das nossas atitudes nos outros. Sabe quando alguém faz algo que te fere muito e você fica se perguntando como essa pessoa consegue ficar em paz? A verdade é que essa pessoa pode não ter a menor noção da dor causada. Como isso é possível? Pense em um calo no pé, endurecido. Se você aproximar um objeto, a sensibilidade que você tem na pele normal e no calo é diferente. No calo, a sensibilidade é menor.
Aliás, a busca em se tornar um verdadeiro homem de bem exige soltar pouco a pouco as camadas da casca grossa do egoísmo para tornar-se mais sensível às necessidades do outro. Nesse sentido, nossas ações no bem e o arrependimento, autêntico, só florescem quando desenvolvemos um pouco mais nossas habilidades empáticas.
         A empatia é um fenômeno bastante complexo de ser analisado didaticamente, já que envolve diversos processos concomitantes.(FALCONE, PLÁCIDO E KRIEGER, 2011) O primeiro processo é chamado por diversos autores, de cognitivo.No processo cognitivo somos capazes de perceber nitidamente o estado interno da outra pessoa, ou seja, tomamos a perspectiva do outro. Para que isso ocorra se faz necessário que haja flexibilidade mental para sair da sua perspectiva para a do outro, autoconsciência (clareza da própria perspectiva), consciência do outro (percepção da perspectiva do outro) e autorregulação (administração desse processo).
         Você já passou por uma situação onde uma pessoa tenta ser empática com você, mas ela demonstra não ter a menor ideia das suas necessidades, da sua perspectiva do que está acontecendo? Ou ainda a pessoa tenta fazer algo que ela acha que você está precisando, mas na verdade as necessidades são dela? 
         Veja que nesse primeiro processo essas percepções do eu e do outro são fundamentais.
          O segundo processo envolve os aspectos afetivos. Ou seja, nesse processo estão os motivadores, os interesses, os sentimentos autênticos de atender as necessidades do outro. Não necessariamente a pessoa irá compartilhar dos mesmos sentimentos do outro, mas é fundamental a consciência e percepção dos seus próprios sentimentos. Essa dimensão é a mais complexa de ser estimulada, já que o desejo autêntico de fazer o bem trata-se de um despertar no próprio processo evolutivo. Mas temos que considerar que muitas vezes os motivadores empáticos estão ligados ao amor, mas também podemos encontrar motivadores ligados à aspectos éticos, de justiça e de dever. 
            E no terceiro processo temos os aspectos comportamentais que envolvem as expressões verbais e não verbais dos envolvidos. Aquele que empatiza precisa não apenas perceber essas expressões no outro, como também ser capaz de interagir e expressar-se de forma que o outro sinta-se validado e compreendido em suas necessidades. Se você encontra uma criança caída no chão chorando, não basta compreender a perspectiva dela e ter o desejo de ajudá-la, você precisa abaixar-se, olhá-la de maneira que a conforte, verificar se está machucada, etc. Se você escuta alguém te contanto algo que lhe ocorreu, sem demonstrar expressões faciais e  outras expressões não verbais de que está acompanhando a conversa, de que está entendendo, de que se impressionou com determinada parte, por exemplo, o outro pode sentir que você não está interessado ou mesmo que não "se conectou a ele".
            Às vezes uma pessoa pode ter um desejo autêntico de atender as necessidades  dos outros, mas por ter dificuldade em perceber a perspectiva do outro, acaba julgando, ao invés de empatizar. Sem  expressar-se assertivamente, por outro lado, a comunicação fica restrita e o outro pode não sentir que está sendo compreendido. Apenas com o desejo de fazer o bem e identificando-se com os sentimentos dos outros, sem as outras dimensões da empatia, também corremos o risco de o colocarmos numa posição de inferioridade e dependência, tirando do outro a dignidade de sentir-se capaz de lidar com as próprias dificuldades. Pena não é empatia. 
            Para desenvolver as habilidades empáticas portanto, temos que nos atentar para as três dimensões.
            No blog da Ame Editorinha faremos uma série de posts para tratar das três dimensões da empatia, com propostas de exercícios de treino para adultos e crianças.
            Para começar, colocamos uma imagem com 5 dicas para você começar a exercitar com as crianças que você cuida. E, legendamos especialmente para você, um video muito interessante, feito por uma clínica médica de Cleveland sobre a empatia. 
         Assista o video e comente conosco o que você achou!Deixe sua mensagem em nosso mural de recados na barra direita.
             Boa semana e até a próxima!